quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Pernas, prá que te quero?


(Muita espécie me causam
as suas roupas , ó, prima!
São muito altas embaixo
São muito baixas em cima)



A Uniboa agora também tem peruada!

Eba!

Selando a sorte de arruda

Quiseram botar a coisa prá fora!

Não o dito, mas a cuja.

Geisuiss!!

Agora uma Spray-boy ou mesmo Pig-brother

Fará maior sua vista poupança

Oculta num fio dental


A sua facul mostrada arcada
Abunda por todo o mundo

Riqueza da Nação!

Eu curto o vestido, a moça, a massa e o carnaval

As pernas desnudas serão mesmo deixadas de lado

Ao cabo.


Ellis Brown Sharon
XI/XI, 2009


segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Que pena !

Sequestro, estupro e morte ?
Alegou crime famélico
Pois roubou sim
Mas roubou para comer.

Tomado por intensa emoção
De ver pública sua viril carência
Agiu em nome da honra:
O homícidio, sua defesa.

Dado o rigor da Justiça
Após considerado e atenuado
O réu foi condenado:
Para pagar suposto mal
Doaria um quilo de sal.


Kelley Kenada
Advogado e iconoclasta

domingo, 6 de setembro de 2009

Pilhéria (amor a pilha)

Sou viajado

E amante agora sem par

A minha amada se foi

Vitimada pela overdose

Não por drogas banais, (pensariam)

Mas acometida em frente,

verso e prosa

Por infindáveis orgasmos reais

O que me seria um troféu

É fonte de muita tristeza

Por não ter sido eu

A dar-lhe a última, adeus.

Voltando da longa viagem

Achei-a desnuda e deitada

Ao vibrador aferrada

Morta e feliz: acoitada.

Sua vida, seu prazer

Um enredo em fricção

Eu, restou-me ter

Amor na palma da mão.


O'Cornor

Especialista em softwhore

domingo, 23 de agosto de 2009

Lullaby

Um novo e redentor amor
A oferenda do que te apetecia
Trôpego e com erradas palavras
Envolveste-me o espírito.

Sem ter na mão o mínimo
Prometeste-me o máximo.

Na noite que nos envolvia
Elegi a ti, ser minha estrela
E me fiz tua companheira.

Quando então te apossastes do meu ser
Teu terno amor me violentou
De um mar de rosas
Buscastes espinhos a me coroar.

Passados desencantos se amenizaram
Pois, teu desfilar de erros
Superastes a todos.
O prometido novo foi igual. Pior.
De tuas mãos estendestes
A fraude que me sufocou.


Em notas esparsas
Quisestes comprar os oponentes
Do que foi outrora amada idéia
Amá-la ? Só a ela, cheia.

Serias mil,
Foi-me zero.

Pati Faria
Poetisa ativista desativada

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Franciscântico

apenas uma paródia franciscana

(Águas de Março - Tom Jobim)

É verso, é trova, é Fagundes Varella
É Semana de Artes, é um pouco de tudo
É o Calouro, é a Lei, o Direito
É o Pátio, é o Porão, é o Largo, é o Hall
É o futuro agora, é o passado amanhã
É o peru, Peruada, é o MMDC
É a Revolução, é Constituição
É Dom Pedro I, é o Oswald de Andrade
É o dando Pindura, é um fim-de-carreira
É o beck, é o FICA, é toda quinta-feira
É a Filosofia, é conversa fiada
É a História inteira, não me lembro de nada
É o FEMA, é a Récita, é o cochicho na escada
É a taça na mão, Castro Alves, Poesia
É uma grande Amizade, uma grande Alegria
É a Loucademia, é Primeira, é um novo partido
É os Jogos Jurídicos, é o fim da picada
É uma mente brilhante, é um pouco esquisito
É um dom, é um prêmio, é uma rixa, é um maluco
É um deus, é o Tumulo, Batizado na Sé
É a luz do Amanhã, Carruagem de Fogo
É um bigode, é um dia, é um corpo estirado
É um ano inteiro, é sombras das Arcadas
É um caso contrário, é um eu sou mais eu
É São Paulo, é Brasil, é o mundo num grão
É o “XI de Agôsto”, Álvares de Azevedo,
É isso a São Francisco, essa é a Sanfran
É o pulso da vida tomando o seu coração.

Onzaga
um franciscano fundamentalista

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Duras penas

Seqüestro, estupro e morte ?
Alegou crime famélico
Pois roubou para comer.

Tomado por intensa emoção
De ver pública sua viril carência
Agiu em nome da honra:
O homícidio, sua defesa.

Dado o rigor da Justiça
Após considerado e atenuado
O réu foi condenado:
Para pagar o causado mal
Doaria um quilo de sal.

Kelley Kenada
Advogado e iconoclasta

XI de agosto, CLXXXII

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Penosa sabedoria

fábulas

Nunca gema pelas Claras da vida
Nasceram para cacarejar
Ciscar e botar ovos,
Mesmo que alheias ao seu bastão

Essa, a iniciação sexual
Do imponente e ávido Pintinho
Que quis saber, ansioso:
Só assim cantarei de Galo?

O sábio rei do galinheiro
Em sua penosa sabedoria
Cacarejou um “sim” de galinha
Muito embora Papagaio.

O. Galo

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Breve de razão

Agendar manifestação da usp em frente ao Largo de São Francisco faz parecer ao povo que apoiamos, aderimos e lideramos a greve. Isso é fraude!



Façamos a guerra, meu amor
Façamos a guerra.

Obriguemos aos que são contrários à democracia
Do “cada qual tem o direito de fazer o que eu quero”
Vamos gritar em uníssono contra os dissidentes
Um “fora, Hitler!” bem alto
Com o Hitler que temos em cada um de nós
(mesmo que não queiramos aceitar isso)

Peguemos o atalho da via fácil
O menor caminho entre os dois pontos
Que importa que sejamos
Irrisória minoria?
Somos as antenas da raça
Da escória inominada

Nesse vasto império colonial
Sempre vence o feito frágil
Do “meu soco foi mais fraco”
Assim, incitemos a agressão
Para que possamos agredi-los com razão
E posarmos de coitados.

Façamos nosoutros assistir distantes
Que a greve é breve de razão

Arcadas, XI de junho, CLXXXII

domingo, 31 de maio de 2009

A poesia do Espírito

É uma aura que nos envolve e abrilhanta

Ele nos anuncia antes que cheguemos,
mas também nos denuncia e cobra,
só por estar em nós

Ele nos engrandece,
mas pede humildade para que possa se expressar.

Ele nos causa orgulho,
mas jamais poderá ser fonte de arrogância

Ele nos torna uma fortaleza ,
Não para nos enclausurarmos
Mas para partilhar com todos essa grandeza.

Ele causa a admiração geral e o respeito,
mas desperta a inveja e o ódio de alguns.

Ele se expressa pelo animus jocandi
Ciente de que o riso
fertiliza o espírito
e germina a criatividade.

Ele expande a mente,
mas apenas se for para expressar o coração.

É fonte da eterna juventude,
porque eterniza a sua obra,
qualquer que seja ela.

domingo, 26 de abril de 2009

Preliminares

Surgida das cinzas,
Bastarda da Phoenix,
da Academia de Letraz.

Um órgão ímpar, vibrátil,
curto e grosso, para o seu deleite e prazer.

Uma plêiade de poetas-escroto
Vislumbram a Poesia que há no Agora
Sem ser moderno, neo ou pós
Que o mais, já diz o Pregador, são tudo vaidades.


A Poética sem filosofias ou intelectualidade
Apenas burilando a língua
No lúdico que há nas coisas
Da vida, uma grande piada.

Em preliminares
Palavras de meus pares
Num quê de autoridade
**************************************************************
O anão triste

De pau em riste
O anão Cidão
Vivia triste.
Além do chato de ser anão
Nunca podia
Meter o ganso na tia
Nem na rodela do negrão.
É que havia um problema:
O porongo era longo
Feito um bastão.
E quando ativado
Virava... a terceira perna do anão.

Um dia... sentou-se o anão triste
Numa pedra preta e fria.
Fez então uma reza
Que assim dizia:
Se me livrasses, Senhor,
Dessa estrovenga
Prometo grana em penca
Pras vossas igrejas.
Foi atendido.

No mesmo instante
Evaporou-se-lhe
O mastruço gigante.
nenhum tico de pau
Nem bimba nem berimbau
Pra contá o ocorrido.

E agora
Além do chato de ser anão
Sem mastruço nem fole
Foi-se-lhe todo o tesão.

Um douto bradou: Ó céus!
Por que no pedido que fizeste
Não especificaste pras Alturas
Que lhe deixasse um resto?
Porque pra Deus
O anão respondeu
Qualquer dica
É compreensão segura.

Ah, é, negão?
Então procura.

E até hoje
Sentado na pedra preta
O anão procura as partes pudendas...
Olhando a manhã fria.

Moral da história:
Ao pedir,
especifique tamanho
Grossura e quantia.

Hilda Hirst