segunda-feira, 16 de agosto de 2010

As Arcadas: mistérios, magia e estórias

É sabido que a Literatura Brasileira se iniciou e se estabeleceu no Pátio das Arcadas.  Incontáveis nomes fazem a incrível História da Faculdade de Direito de São Paulo e, por consequência, do Brasil.

Viva um pouco dessas estórias da vida privada, relatadas pelo aluno Roy Babbosa, aluno da Turma I, de 1828. Psicografadas digitalmente por Luiz Gonzaga e uma plêiade de poetas-escroto.

Incontáveis os livros que contaram a História das Arcadas. Mas nenhum dessa maneira. Acredite!
 
L

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Macarrão e picadinho


Ele vivia lá com os seus frangos
Sempre na pequena área
E a titular na banheira

Vazou sua defesa
Numa pelada
Amadora de profissionais
Reserva boa de laterais

Deu bolas a ela, bem no meio das pernas
Que não estava no impedimento
Numa falta sem barreira
O tiro foi bem certeiro
Gerando assim outro boleiro

Lá pelo segundo tempo
Nessas alturas do campeonato
Jogada prá escanteio
Catimbou-lhe a vida
Pela renda do espetáculo
Querendo uma grande área
A disputa pedia prorrogação

A grande torcida chamada
Fez barulho a bateria toda
Com muito chute e gravata
E tanto que apanhou, partilhada
Que a morte súbita foi decretada
O picadinho do macarrão
Serviu de ração prá cachorro.
E o resto virou concreto.

A penalidade máxima
Confirmada no tira-teima
Muda a sua profissão
Bom comedor de rainhas
Bom matador de jogadas
Só sobra jogar xadrez.

H.Rincha
Um jogador com tecnologia de ponta


14.07.2010

domingo, 9 de maio de 2010

Amado amante


Anúncio de garotos-de-programa

 

Ofereço préstimos

Na exploração espeleológica

Das queridas e necessitadas

Vibrações angelicais

 

Fa-lo-ia adentro

Falo fora

Acessórios em sussurros dissonantes

 

Melo-melodiosa, mas amável cantilena que ora

Essa hora aos Céus persegue em vão

 

Como sempre, as novas e as velhas

Com muito prazer o trabalho duro.

 

Alexandre, o Glande

sábado, 27 de março de 2010

Do amor da filial




                                                                London, London
Toda gente inda queria
Isabella na janela
Do jardim das oliveiras

Alex, o Grande
Seu pai, causídico jardineiro
à sombra dum jatobá
Quis ceifá-la do jardim
Como amor da filial.


Anamanda Mattar

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

O Menino e a Virgem

Madonna teve um encontro com Jesus
Viu-a Luz
Transfigurou-se-lha
Pelos trinta dinheiros
E nem foi crucificado.

Meio à portuguesa, 
Singrando por mares nunca dantes navegados
Descobriu o pau-brasil 
E aportou na Avenida
Com o samba-enredo da anunciação.

Com o réu só citado, após três dias
Subiu aos Céus
E voou para New York
Onde está sentado
À direita da coxa esquerda da Virgem
Numa cobertura
Com vistas para o Central Park.

Bispo Maiscedo
Igreja "Nunca é tarde"
e
Poeta em meio-expediente, abençoado por Deus e bonito por natureza

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Franciscântico calouro



     Ser calouro:
é ter na mente
éter na mente
ternamente
eternamente

Arcadas, fevereiro, CLXXVII- calouro Sanfran.................. CLXXXIII - calouro Mestrado



Ao ser-lhe outorgado o sagrado direito
De adentrar os umbrais da hiperbólica Academia
Por certo baixará os olhos
Diante da magnificência dessas Arcadas
E em devaneio, procurará imaginar as pegadas
Dos monstros sagrados, românticos ou não, 
Seus nomes inscritos nas majestáticas colunas
E, deslumbrado exclamará: Aqui está a História !

No depois, perambulando entre o Pátio e o Porão
Entre vitórias e descobertas vívidas e vividas,
Em meio à duas mil e trezentas tendências e mentes franciscanas
Numa incrível e indescritível turbulência ímpar
Buscará por onde se permeia o cenário dessa tal História
Ela, aos poucos se revelará vazia, cenário apenas
Chegando a casa, olhar-se-á ao espelho
Ali se deparará com a imagem-resposta
que a Academia nos revela a cada um:
Eis a História ! Eis o Presente !
E ela me espera ávida, cenário apenas,
A preenchê-la com a minha parte, a minha arte
O seu futuro, a minha obra.
Emoldurada em Amizade e Alegria.

O belo Tudo é o Nada feito
Há por fazer, continuar
Por esse do Espelho

Aos que apenas buscam assento
Para, inertes, assisti-la passar
Restará o desconforto e a decepção
De nada assistir, de nada ver, nada criar.
Apenas acreditando que assim seja.
Pensarão, em suas cabecinhas
Ser então a Sanfran um túmulo com paredes carcomidas
Revivendo anacrônica um passado morto, num presente amorfo.
Para eles, estória apenas. A Academia, sua  medíocre “facul”.
Isso, a imagem que o espelho lhes revela.
O presente amargo, o XI um número. Romano, em esnobismo estéril.
O futuro, um estágio apenas.

As Arcadas são sempre as mesmas,
O espelho é sempre o mesmo
O Largo não é estreito

Ser ator ou ser platéia
Você, a diferença
Na História que reverencia.  

Roy Babbosa                                                                            
Arcadas, XI de fevereiro, CLXXXIII