quinta-feira, 25 de agosto de 2016

É sério! Onzenação é galhofa!

Arthur Zanetti - medalha de Prata - Ginástica Olímpica - Olimpíadas 2016 



Odaire Voltaire, filósofo e filólogo de ascendência ultramarina, membro da Academia Privada Pênix de Letras.  Verdadeiro Parnasiano! Esteve ausente durante o último lustro, dada a vigência da Novíssima Ortografia da língua portuguesa , outorgada por um analfabeto. Em futuro próximo ela deverá ser revogada por algum legislador que saiba assinar o nome e ler o conteúdo esdrúxulo da dita lei. Dado que temos afinal um Presidente alfabetizado, Odaire reapresentar-se-á! Mesmo nessa ausência, está muito atento aos eventos olímpicos e tem sempre as suas ilações filosóficas ou pertinentes indagações:
1 – O que significa exatamente a expressão: “isso não é do meu tempo”? Quando seria o “seu tempo”? Você não está aqui, agora? Todo o seu conhecimento se restringe aos seus exíguos anos de existência vã?
2 – Por que são tão altos os ganhos dos comentaristas especialistas que definem a competição com: “tudo pode acontecer”? Ou ainda pior: “qualquer um pode vencer ou persistirá o empate”!  Por honorários bem mais humildes eu seria capaz de tamanha perspicácia.
3 – Pessoas aparentemente normais usam a expressão “espaço de tempo” tranquilamente, como se isso existisse! Antes que você se espante, eu digo: isso não existe! Tempo se mede em segundos. Espaço se mede em centímetros.  Logo “segundos de centímetros” ou “centímetros de segundos” é perfeita idiotice. Experimente substituir por “intervalo de tempo” (sem aspas no ar, por favor), e você perceberá que fica bem bonitinho, além estar correto.
4 – Comentaristas esportivos têm o hábito de nos localizar temporalmente durante a competição com a expressão: “35 caminhando para 36”, por exemplo. A minha inquietação, razão da minha insônia,  é se existe alguma outra maneira, tempo negativo, tempo retroativo, sei lá! 35 minuto só pode ir para 36 e não há alternativa plausível. Logo, falar isso é besteira tamanha!
5 – As aspas (“”) são usadas na linguagem escrita e servem para ressaltar ou enfatizar algo. Na linguagem, o sinal mnemônico tentando imitar a linguagem escrita é algo que causa espasmos e náuseas mentais.  Além de parecer um perfeito idiota, a pessoa parece que adquiriu um tique neurológico qualquer, ou está fazendo cócegas ou está coçando o ar. Sei de fontes seguras que o ar não dá risada e nem ao menos sente qualquer prurido.  O infeliz não poderia dizer “aspas” antes do que quer ressaltar? Precisa levantar aqueles dois dedinhos de cada mão, imitando as aspas? Ou ainda poderia dizer: aspas, entre aspas?
6 - Jogador que não joga, faz falta?
7 –“Só faço isso por dinheiro”. Típica frase que explica, mas nada diz! Poderiam as donzelas que posam para as revistas dita “masculinas”, com leitoras também, nas quais  preponderam a alma masculina. Elas dizem: só poso nua pelo dinheiro mesmo!!! Eu perguntaria: existe mais alguma outra razão para se fazer isso? Se não houver uma razão inteira, você poderia me dar ao menos meia-razão, um-oitavo-de-razão?  Sim, sabemos que um quarto tem. Todos sabemos que as coisas se fazem por dinheiro. Isso dispensa ser ressaltado. Você chega na padaria e pede algo. O atendente diz pra você: olha, só vou te vender por dinheiro, tá bom? Não, não é? Porque é obvio isso.
8 – Por que é que você paga diária de Hotel e só tem meia-pensão ou, no máximo, “pensão completa? Afinal, é Hotel ou é pensão? Não seria o caso de denúncia ao Procon, por subfaturamento? Caixa dois? Que absurdo! E ainda mais: só o titular pode fazer a reserva? A reserva é do titular? Quem é o quê? As regras para hotéis são as mesmas que para o  esporte em geral? Qual é o jogo? Pago Hotel e quero hotel. E não pensão, ora essa!
9 – Diz a lenda que o mundo acabou pelo dilúvio, certa vez. No presente, creio que a Humanidade, o Homo sapiens (e a Mulher sapiens, recentemente revelada), auto-aniquilar-se-á pelo uso desmedido da hipocrisia. Overdose. Uma subversão total da ordem natural das coisas. Nesse nosso momento histórico, tudo é hipocrisia. Não ser hipócrita é tido como hipocrisia básica, rudimentar e infantil. E é algo tão absurdo e desnecessário, como dizer-se que há XI coisas e dentre elas, todas são prioridade. Não. Mais uma vez: isso não existe! Todos são hipócritas com todos e todos sabem que os outros sabem que estamos sendo hipócritas com eles, hipocritamente falando. Então, para que ela? Sem hipocrisia, isso levará a Humanidade ao seu aniquilamento.
 10 – Para acabar essa prosa de maneira bem gostosa: gostei de ver a abertura da Gisele nas Olimpíadas!!!! Parafraseando um meu guru, veterano franciscano, Jânio Quadros: se pudesse, comê-la-ia. Como não posso, como Eloá!
XI – Por tudo isso e por tantas outras coisas, só te digo uma coisa: eu não digo nada. E mais: é só!



É sério! Onzenação é galhofa!

Odaire Voltaire